O filme “Ângela” (2023), estrelado por Ísis Valverde, retrata a vida e o trágico assassinato de Ângela Diniz, uma socialite mineira que se tornou símbolo de resistência ao feminicídio no Brasil. Dirigido por Hugo Prata e com roteiro de Duda de Almeida, o longa estreou nos cinemas em setembro de 2023.
O filme aborda a relação abusiva, obsessiva e doentia entre Ângela e seu namorado Doca Street, interpretado por Gabriel Braga Nunes, bem como a violência doméstica e o feminicídio, contando a história da socialite e o final trágico da relação. Inicialmente encantada pela liberdade e paixão que ele aparenta oferecer, Ângela logo se vê presa em um ciclo de abuso psicológico e físico. A relação culmina em seu assassinato em 1976, em Búzios, Rio de Janeiro. O caso gerou grande repercussão e foi um marco na luta contra a violência de gênero no país .
Quem foi Angela Diniz?

Ângela Diniz foi uma figura marcante na história do Brasil. Era uma mulher de destaque na sociedade, conhecida por sua beleza e por sua vida social agitada. Ângela se tornou um símbolo de luta pelos direitos das mulheres e pela liberdade individual. Sua história ganhou notoriedade após ser assassinada pelo então namorado, o médico e empresário Doca Street, em um crime que chocou o país.
O caso gerou grande repercussão na mídia e levantou discussões sobre a violência contra a mulher, além de expor questões relacionadas à justiça e à impunidade. O julgamento de Doca foi amplamente coberto pela imprensa e se tornou um marco na luta pelos direitos das mulheres no Brasil. A história de Angela Diniz continua a ser lembrada como um exemplo da necessidade de combater a violência de gênero e promover a igualdade.
Feminicídio é o termo utilizado para descrever o assassinato de mulheres em razão de seu gênero, ou seja, quando a morte ocorre em um contexto de violência de gênero, muitas vezes relacionada a relações de poder desiguais entre homens e mulheres. Esse tipo de crime é frequentemente motivado por questões como ciúmes, controle, desavenças familiares ou sociais, e é caracterizado por uma brutalidade que reflete a desvalorização da vida das mulheres.
No Brasil
O feminicídio foi tipificado como crime específico com a Lei nº 13.104/2015, que alterou o Código Penal para incluir essa qualificadora no crime de homicídio. Segundo a lei, é considerado feminicídio quando:
- Há violência doméstica e familiar;
- A vítima é mulher e o crime é motivado por menosprezo ou discriminação à condição de mulher.
Punição
O feminicídio é uma forma qualificada de homicídio, com pena de 12 a 30 anos de prisão, podendo aumentar em casos agravantes, como:
- Durante a gestação ou nos três meses posteriores ao parto;
- Contra menores de 14 anos, maiores de 60 ou pessoas com deficiência;
- Na presença de descendentes ou ascendentes da vítima.
Uma das conquistas legislativas mais destacadas em relação à proteção da mulher é a Lei do Feminicídio (Lei 13.104, de 2015), que completou 10 anos no dia 9 de março deste ano. A lei teve origem no PLS 292/2013, de iniciativa da CPMI da Violência Contra a Mulher, que funcionou no Congresso Nacional ao longo do ano de 2012. (Fonte: Agência Senado)
Referências:
Waiselfisz, Julio Jacobo (2015).
Mapa da Violência 2015: Homicídio de mulheres no Brasil.
Brasília: Flacso Brasil.
Soares, Bárbara; Cardoso, Ana Lúcia Sabadell (Orgs.) (2016).
Violência contra a mulher: perspectivas interdisciplinares.
Imagem: Amazon Prime